suicídio


Introdução

Neste presente trabalho falar-se-á do Suicídio, onde concretamente abordar-se-ão os seguintes temas: Origem da palavra; O termo “suicídio” para Émile Durkheim; Indicadores para cometer o suicídio; Factores de protecção para o suicídio; Tipos de suicídio; Formas de suicídio; Tentativa de suicídio ou parassuicídio; Eutanásia ou suicídio assistido; Pressupostos Teóricos sobre o suicídio; Fenomenologia; Mensagens de Adeus; Famosos que já cometeram o suicídio; Bíblia; Catecismo da Igreja católica; Declaração sobre a eutanásia; Evangelium vitae; Aspectos históricos; Dados Epidemiológicos; Estatísticas das taxas de suicídio; O suicídio em alguns países; Posição religiosa; Impacto na família; Avaliação moral e ética.
O presente trabalho abarca um assunto de extrema relevância hoje em dia nas sociedades de todo mundo pois tem vindo a atingir níveis alarmantes porque ocorre cada vez mais na idade juvenil e é a terceira causa de morte mais frequente em todo mundo.
O presente trabalho apresenta a seguinte estrutura: capa, folha de rosto, índice, introdução, desenvolvimento, conclusão, e por fim as referências bibliográficas.

Metodologias
Para a realização do presente trabalho recorreu-se a revisão bibliográfica e a interacção entre os diversos membros do grupo.
                                                                                                               
Objectivo Geral
Falar sobre o suicídio.
Objectivos Específicos
Descrever os tipos de suicídio;
Compreender os pressupostos teóricos sobre o suicídio.
Analisar a posição religiosa acerca do suicídio.

Suicídio

Origem da palavra

A palavra suicídio deriva do latim sui = si mesmo e caedes = acção de matar que significa acção de matar-se. A palavra suicídio foi utilizada pela primeira vez em 1717 por Desfontaines. Por vezes designado como “morte voluntária”, “morte intencional” ou “morte auto-infligida”, na língua portuguesa esta palavra significa o acto deliberado pelo qual um indivíduo possui a intenção e provoca a própria morte.

O termo “suicídio” para Émile Durkheim

Chama-se suicídio todo caso de morte que resulta directa ou indirectamente de um ato positivo ou negativo praticado pela própria vítima, ato que a vítima sabia dever produzir este resultado.
O suicídio é um fenómeno colectivo, um “fato social”: ainda que se tenha uma causa particular aparente para o acto, ele é bem mais que o resultado de um simples factor pode-se assinalar a existência de uma situação social específica que predispõe o indivíduo a se matar. (Durkheim, 1897/1982)
Suicidar-se pode significar não resistir à dor intensa, à angústia, ao medo, à solidão, etc. No suicídio, a pessoa vê na morte o único descanso, ou melhor, a única saída para aliviar a tensão.

Indicadores para cometer o suicídio

Geralmente o suicídio não se pode prever, mas existem alguns indicadores de risco que se podem detectar numa pessoa que o pretenda cometer:
·         Depressão, melancolia, grande tristeza, desesperança e pessimismo (falar muito na morte, tudo parece negativo, perdido…);
·         Insucesso escolar, especialmente se acompanhado de angústia e tentativas de melhoria de resultados, mas sem sucesso.
·         Insónia persistente, grande impulsividade e agressividade;
·         Abuso de álcool, droga ou fármacos;
·         Dificuldades de relacionamento e integração na família ou no grupo;
·         Afastamento ou isolamento social;
·         Dizer adeus, como se não o(a) voltássemos a ver;
·         Oferecer objectos ou bens pessoais valiosos sem razão – aparente;
·         Luto pela perda de alguém próximo;
·         Historial de suicídios na família;
Segundo Lopes Cardoso (1986: 17) “ (…) o «suicídio» pode alcançar-se pelas próprias mãos, com o auxílio de terceiros ou colocando-se a pessoa, voluntariamente, em condições de a morte ocorrer. O elemento essencial é a vontade de pôr termo à vida, sendo secundária a forma de o fazer: por suas próprias mãos, com auxilio solicitado a outrem (…) ou pela criação ou sujeição a situações donde inevitavelmente ou com muita probabilidade decorrerá a morte (… )”

Fatores de proteção para o suicídio

Segundo (Lopes Cardoso 1986: 91) os fatores de proteção para o suicídio são:
  • Religiosidade;
  • Proximidade com a família;
  • Percepção otimista da vida;
  • Gravidez e maternidade;
  • Ter uma ocupação/emprego;
  • Capacidade de enfrentamento;

Tipos de suicídio

Durkheim (1980) distingue três tipos de suicídio, de acordo com as diferentes perturbações na relação Homem – Sociedade. São eles:
·         Suicídio Altruísta – diz respeito às sociedades que praticam um nível de integração do indivíduo em demasia, pelo que justifica o sacrifício pelo grupo ou por um bem maior.
Altruísmo é o oposto do egoísmo, onde um indivíduo está extremamente ligado à sociedade, de forma que não tem vida própria. Acredita que sua morte pode trazer uma espécie de benefício para a sociedade.
·         Suicídio Anómico – diz respeito às sociedades em que impera a anomia, o que não permite que se assegure a satisfação das necessidades mais elementares do indivíduo, pelo que o suicídio se torna mais frequente.
Anomia é um estado onde existe uma fraca regulação social entre as normas da sociedade e o indivíduo, mais frequentemente trazidas por mudanças dramáticas nas circunstâncias económicas e/ou sociais. Uma vez que o indivíduo não se identifica com as normas da sociedade, o suicídio passa a ser uma alternativa de escape.
·         Suicídio Egoísta – é o efeito do desleixo do indivíduo em relação à Sociedade, o que o deixa mais vulnerável à inclinação colectiva para o suicídio. Caracteriza-se pelo aumento exponencial do individualismo.

Formas de suicídio

Segundo Stengel (1980: 63) as formas de suicídio são:
·         Suicídio por Precipitação: acto suicida em que o indivíduo se precipita do alto de um lugar elevado com o intuito de acabar com a sua vida, como de um penhasco ou um monumento.
·         Suicídio por Despedaçamento: acto suicida em que o indivíduo mutila o corpo em partes mais ou menos numerosas.

Tentativa de suicídio ou parassuicídio

Segundo Ferreira (2008) Considera-se uma Tentativa de Suicídio ou Parassuicídio, qualquer acto não fatal de auto-mutilação ou de auto-envenenamento.

Eutanásia ou suicídio assistido

A eutanásia é considerada suicídio assistido quando o (a) paciente aceita a prática do procedimento, ou seja, por sua livre vontade, ele permite que o médico ou qualquer outra pessoa pratique o procedimento.
o   Eutanásia Voluntária – quando os indivíduos manifestem conscientemente a sua vontade de que a morte lhe seja facultada pelos métodos menos dolorosos.
Por tudo isto se compreende que a eutanásia se designe igualmente por “suicídio assistido”, apesar de ser diferente do conceito de suicídio puro. Na verdade, segundo Lopes – Cardoso (1986: 91):
“Ao contrário do «suicídio», existe portanto aqui a necessidade duma conjugação de vontades, a do indivíduo e a de quem o assiste, já que, por postulado, a actividade do indivíduo, por si só, não é bastante (estaríamos, nesta hipótese, perante um caso de «suicídio»), como não é bastante a vontade daquele que o assiste (estaríamos, nesse caso, perante um homicídio […]) ”.

Pressupostos Teóricos sobre o suicídio

Psicanálise
Para a Psicanálise, o suicídio está relacionado ao desejo do indivíduo, à angústia e a factores psíquicos associados.
Freud, em sua obra Luto e Melancolia (1990), afirmou que um indivíduo só seria capaz de atentar contra a própria vida, caso renunciasse à auto-preservação, e que o narcisismo deveria ser considerado como um dos factores desencadeantes de tal ato.
A única maneira do instinto de vida ceder de forma a induzir o indivíduo a buscar a morte seria que este entrasse em um estado melancólico.
Freud (1923/1976; 1930/1974) afirma que quanto mais um homem controla suas tendências agressivas em relação a outros, mais se intensificam as tendências agressivas do seu ego-ideal contra o seu ego: a agressividade que não encontra um caminho para o exterior tende a voltar-se contra ele mesmo.

Fenomenologia

A Fenomenologia põe em questão, o próprio modo de ser do homem, sua problematicidade e a busca de resoluções para essa questão do ser, do existir, que jamais deixará de ser complicada para o homem enquanto ele viver.
Camon (1992) acredita que a morte é a ocorrência concreta da existência humana. Sendo assim, podemos dizer que, para os indivíduos tentadores de suicídio, a morte apresenta-se como única alternativa para o sofrimento, afinal os mesmos apresentam uma grande dificuldade em aguentar o peso da própria vida e da própria condição humana, o que gera muita angústia e solidão.
O indivíduo que busca o suicídio, normalmente não tem o conceito concreto de morte, de desaparecimento total. Por muitas vezes, esses tentadores possuem uma crença de vida pós-morte, buscando assim um possível paraíso, a reencarnação.
Sidman (1995, p. 132) diz que “o suicídio é a fuga das garras de necessidades e coação repentinamente esmagadora, ou uma vida dominada por reforçamento negativo e punição”.

Mensagens de Adeus

Segundo Dias, 1991, através dessas mensagens o suicida expressa o seu estado emocional e de sua interioridade que não foi possível comunicar em vida.
A intenção das mensagens escritas é que se sofra menos, fazer-se, dar-se prazer, ou seja, “nunca se escreve senão para viver”.

Princípios violados a quando da prática do suicídio

Princípio da Inviolabilidade ou sacralidade da vida
A vida é sagrada e divina. Desde a concepção o homem é chamado a salvaguardar esse dom e usa-lo de forma consciente, Deus é quem dá a vida e é o único ser que pode tira-la.  
Principio da Beneficência ou não maleficência
Este princípio não só veda o indivíduo de praticar o mal para outrem mas também veda o indivíduo de praticar o mal para si mesmo. Tirar a vida seja sua ou de outrem não é um bem.
Quando o suicida decide praticar o suicídio como forma de acabar com os seus problemas, ele viola este princípio a partir do momento em que o acto que cometeu traz consequências a sua família.  

Famosos que já cometeram o suicídio

Ao longo da história diversas pessoas importantes optaram pelo suicídio. Vicente Van Gogh (1853-1890) deu um tiro no próprio peito; Santo Dumont (1873-1932), deprimido com a utilização de seu avião na Revolução Constitucionalista de 1932, se enforca com a própria gravata; Getúlio Vargas (1883-1954) deu um tiro no peito; Adolf Hitler (18891945) deu um tiro na cabeça.

Bíblia

“Judas, o traidor, vendo-o então condenado, tomado de remorsos, foi devolver aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos as trinta moedas de prata, dizendo-lhes: Pequei, entregando o sangue de um justo. Responderam-lhe: Que nos importa? Isto é lá contigo!
Ele jogou então no templo as moedas de prata, saiu e foi enforcar-se”.(Mt 27, 3-5).

Catecismo da Igreja católica
Cada um é responsável por sua vida diante de Deus, que “lha deu e que dela é sempre o único e soberano Senhor. Devemos receber a vida com reconhecimento e preservá-la para honra dele e salvação de nossas almas. Somos os administradores e não os proprietários da vida que Deus nos confiou. Não podemos dispor dela.

Distúrbios psíquicos graves, a angústia ou o medo grave da provação, do sofrimento ou da tortura podem diminuir a responsabilidade do suicida.

A eutanásia voluntária, sejam quais forem as formas e os motivos, constitui um assassinato. E gravemente contrária à dignidade da pessoa humana e ao respeito do Deus vivo, seu Criador.
“O suicídio contradiz a inclinação natural do ser humano a conservar e perpetuar a própria vida. É gravemente contrário ao justo amor de si mesmo. Ofende igualmente ao amor do próximo, porque rompe injustamente os vínculos de solidariedade com as sociedades familiar, nacional e humana, às quais nos ligam muitas obrigações. O suicídio é contrário ao amor do Deus vivo. (§ 2281).
“Se for cometido com a intenção de servir de exemplo, principalmente para os jovens, o suicídio adquire ainda gravidade de um escândalo. A cooperação voluntária ao suicídio é contrária à lei moral…” (§ 2282).
“Não se deve desesperar da salvação das pessoas que se mataram. Deus pode, por caminhos que só ele conhece, dar-lhes ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida”. (§ 2283).

Declaração sobre a eutanásia

Valor da vida humana

1.      Ninguém pode atentar contra a vida de um homem inocente, sem com isso se opor ao amor de Deus para com ele, sem violar um direito fundamental que não se pode perder nem alienar, sem cometer um crime de extrema gravidade.
2.      Todos os homens têm o dever de conformar a sua vida com a vontade do Criador. A vida é-lhes confiada como um bem que devem fazer frutificar já neste mundo, mas só encontrará perfeição plena na vida eterna.
3.      A morte voluntária ou suicídio, portanto, é tão inaceitável como o homicídio: porque tal acto da parte do homem constitui uma recusa da soberania de Deus e do seu desígnio de amor. Além disto, o suicídio é, muitas vezes, rejeição do amor para consigo mesmo, negação da aspiração natural à vida, abdicação frente às obrigações de justiça e caridade para com o próximo, para com as várias comunidades e para com todo o corpo social — se bem que por vezes, como se sabe, intervenham condições psicológicas que podem atenuar ou mesmo suprimir por completo a responsabilidade.
É preciso no entanto distinguir bem entre suicídio e aquele sacrifício pelo qual, por uma causa superior como, a honra de Deus, a salvação das almas ou o serviço dos irmãos alguém dá ou expõe a própria vida (cf. Jo. 15, 14).

Evangelium vitae

«Tudo quanto se opõe à vida, como seja toda a espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário; tudo o que viola a integridade da pessoa humana, como as mutilações, os tormentos corporais e mentais e as tentativas para violentar as próprias consciências; tudo quanto ofende a dignidade da pessoa humana, como as condições de vida infra-humanas, as prisões arbitrárias, as deportações, a escravidão, a prostituição, o comércio de mulheres e jovens; e também as condições degradantes de trabalho, em que os operários são tratados como meros instrumentos de lucro e não como pessoas livres e responsáveis. Todas estas coisas e outras semelhantes são infamantes; ao mesmo tempo que corrompem a civilização humana, desonram mais aqueles que assim procedem, do que os que padecem injustamente; e ofendem gravemente a honra devida ao Criador».
O suicídio é sempre moralmente inaceitável, tal como o homicídio. A tradição da Igreja sempre o recusou, como opção gravemente má. Embora certos condicionalismos psicológicos, culturais e sociais possam levar a realizar um gesto que tão radicalmente contradiz a inclinação natural de cada um à vida, atenuando ou anulando a responsabilidade subjectiva, o suicídio, sob o perfil objectivo, é um acto gravemente imoral, porque comporta a recusa do amor por si mesmo e a renúncia aos deveres de justiça e caridade para com o próximo, com as várias comunidades de que se faz parte, e com a sociedade no seu conjunto. No seu núcleo mais profundo, o suicídio constitui uma rejeição da soberania absoluta de Deus sobre a vida e sobre a morte, deste modo proclamada na oração do antigo Sábio de Israel: «Vós, Senhor, tendes o poder da vida e da morte, e conduzis os fortes à porta do Hades e de lá os tirais» (Sab 16, 13; cf. Tob13, 2).
Compartilhar a intenção suicida de outrem e ajudar a realizá-la mediante o chamado «suicídio assistido», significa fazer-se colaborador e, por vezes, autor em primeira pessoa de uma injustiça que nunca pode ser justificada, nem sequer quando requerida. «Nunca é lícito — escreve com admirável actualidade Santo Agostinho — matar o outro: ainda que ele o quisesse, mesmo se ele o pedisse, porque, suspenso entre a vida e a morte, suplica ser ajudado a libertar a alma que luta contra os laços do corpo e deseja desprender-se; nem é lícito sequer quando o doente já não estivesse em condições de sobreviver».

Aspectos históricos

Na antiguidade o suicídio sempre foi punido severamente pela própria sociedade.
Na Revolução Francesa, o suicídio deixou se a ser encarado como um crime, passando assim os indivíduos a terem direito a enterro, embora sem cerimónia religiosa.
São conhecidos no Oriente, meios de auto-sacrifício ou auto-purificação buscados pelos religiosos, e a prática do haquiri pelos japoneses como um suicídio cerimonial e heróico.
A Índia, a China e o Japão são os povos mais destacados quanto ao suicídio colectivo.
Na Índia antiga, praticava-se o sutle, onde as viúvas se enterravam com seus maridos, acreditando que a vida continuasse em outro lugar (3).

Dados Epidemiológicos

O suicídio vem crescendo rapidamente entre os jovens, em particular entre homens de 15 e 24 anos, e já chega a ser a 3 maior causa de morte nesse grupo etário, depois de acidentes e homicídios, e as tentativas estão entre 1 e 2 milhões por ano. A maioria acorre entre pessoas de 15 a 45 anos. As taxas mais altas de suicídios bem sucedidos em homens estão relacionadas aos métodos utilizados: armas de fogo, enforcamento ou saltos de lugares altos. As mulheres em geral tomam uma super-dosagem de substâncias psico-activas ou veneno, mas o uso da arma de fogo está aumentando. De maneira global o método mais utilizado no suicídio é o enforcamento.

Estatísticas das taxas de suicídio

Os homens cometem suicídio 4 vezes mais do que as mulheres, mais as mulheres tem 4 vezes probabilidade de tentá-lo. Entre os homens, os suicídios atingem o pico após os 45 anos, entre as mulheres após os 55 anos. Historicamente as taxas de suicídio entre populações católicas têm sido mais baixas do que entre protestantes e judeus. Pessoas casadas registam menores índices de suicídio comparados às solteiras, viúvas e divorciadas. O suicídio ocorre com mais frequência entre indivíduos isolados socialmente e com história familiar de suicídio.

O suicídio em alguns países

No Japão, por exemplo, desde a antiguidade que o suicídio é aceite na sociedade, considerando-se uma maneira de exprimir a coragem e o autodomínio. É pois um acto honroso para quem o pratica.
Grécia e no Império Romano, as atitudes para com este acto variavam entre a condenação, pois era considerado por alguns filósofos como uma forma de assassínio, e a admiração, pois também se considerava que o suicídio era a melhor via para se alcançar a liberdade em relação ao sofrimento.


Impacto na família

A morte por suicídio desencadeia grande desestruturação na vida daqueles que o cercam. Para a família, a elaboração do luto será muito mais difícil.
A morte de um ente querido nessas condições desencadeia grande desestruturação na vida daqueles que o cercam. O processo de perda é mais facilmente superado quando a morte é tida como natural, mas no caso do suicídio isto não é observado, visto que se interrompe o ciclo vital, de uma forma violenta e todos que estão envolvidos sofrem suas influências, visto que não atinge somente a vitima mas todos indivíduos que o rodeavam.

Avaliação moral e ética

Deve-se ter em conta que o facto de o Homem se arrogar em escolher a hora da sua própria morte, é um acto de rebeldia, não só contra as concepções que a sociedade tem como mais queridas para si, como é desafiar o próprio poder de Deus e da religião.
Cristianismo
O verdadeiro cristão porta-se, sempre, em favor da manutenção da vida e com respeito aos desígnios de Deus, buscando não só minorar os sofrimentos. O suicídio é a mais desastrada maneira de fugir das provas ou expiações pelas quais devemos passar. É uma porta falsa em que o indivíduo, julgando libertar-se de seus males, precipita-se em situação muito pior. Dessa forma, entendamos e respeitemos a dor, como instrutora das almas e, sem vacilações ou indagações descabidas, amparemos quantos lhe experimentam a presença constrangedora e educativa, lembrando sempre que a nós compete, tão-somente, o dever de servir, porquanto a Justiça, em última instância, pertence a Deus, que distribui connosco o alívio e a aflição, a enfermidade, a vida e a morte, no momento oportuno segundo o cristianismo, muitos infelizes crêem que a solução para seus sofrimentos é o suicídio.
A realização do suicídio fica vedada pela Igreja Católica na lista dos Dez Mandamentos que foram instituídos por Deus (Mateus 19:18), apresenta o 5˚ mandamento que afirma o seguinte: Não matarás, que por sua vez foi acoplado ao preceito (nem causarás nenhum dano no corpo ou na alma a si mesmo ou ao próximo).
Judaísmo

O Judaísmo enfoca a importância da valorização da vida, e como tal, o suicídio é o mesmo que negar a bondade de Deus no mundo. Apesar disso, em circunstâncias extremas, quando os judeus são forcados a trair a sua religião ou ameaçados de morte por estar a professar sua religião, eles cometem suicídio individual ou suicídio em massa como forma de “santificar o nome de Deus”. Estes actos não receberam respostas por parte das autoridades judaicas, pois, são considerados ambos como exemplos de martírio heróico, enquanto outros afirmam que era errado para eles tomarem suas próprias vidas em antecipação do martírio.
Islamismo
O suicídio não é permitido na religião do Islão; contudo, martirizando-se para Deus (durante combate) não é o mesmo de completar o suicídio. Suicídio no Islão é visto como um sinal de descrença em Deus. Entretanto, a utilização de suicídio é praticada por grupos radicais como o Hamas e a Al-Qaeda no Iraque.
Hinduísmo
No Hinduísmo, o suicídio é desaprovado e é considerado tanto pecaminoso como matar outra pessoa. Os textos hindus dizem que quem comete suicídio passará a fazer parte do espírito do mundo, vagando.
Budismo
Segundo o Budismo, o passado dos indivíduos actua fortemente na influência que experimentam no presente; actos presentes, por sua vez, tornam-se a influência de fundo para experiências futuras (carma). As acções produzidas pela mente, pelo corpo e pela reacção, ou repercussão, por sua vez, são a causa das condições (boas e más) de que nos deparamos no mundo de hoje.
Algumas seitas religiosas fazem cultos ao suicídio, como a Ordem do Templo Solar, a Heaven’s Gate, a Peoples Temple e outras.
Avaliação ética e moral do suicídio por parte do grupo
É um acto imoral pois por ser a vida o fundamento de todos os bens, a fonte e a condição necessária de toda a actividade humana e de toda a convivência social não se pode tirar a vida de um modo cruel, entretanto este acto é imoral porque não pode ser usado como caminho para as soluções dos problemas dos indivíduos, assim sendo existem muitas pessoas com problemas mas não o fazem pois se o fizessem estariam a transgredir o quinto mandamento da lei de Deus que diz “não mataras”. 
 A vida é um dom divino, é uma dádiva de Deus, ele é quem dá e somente ele tem a soberania sobre a mesma, não se pode praticar o suicídio como forma de enfrentar o sofrimento, Deus não deu ao Homem o direito de tirar a própria vida.
Assim como as escrituras nos ensinam a amar o nosso próximo como a nos mesmos, assim como não temos direito de tirar a vida de alguém e muito menos devemos tirar a própria vida.

Conclusão

Após a elaboração deste trabalho, chegamos a conclusão de que o suicídio é um problema complexo para o qual não existe uma única causa ou uma única razão.
A morte por suicídio desencadeia grande desestruturação na vida dos indivíduos que cercavam o suicida. Este é um problema que preocupa a ciência, a religião assim como a sociedade, pois mais de um milhão de pessoas tiram a própria vida todos os anos no mundo.
Na actualidade, este é um facto que lentamente vai aumentado oseu número nas estatísticas, especialmente na faixa etária dos jovens, o que o transforma num problema social preocupante não só pelos efeitos sobre a pessoa que o comete, como também pelas consequências psicológicas nefastas que pode provocar nos familiares e pessoas próximas ao suicida.
Para a família, a elaboração do luto será muito mais difícil. Os sentimentos de culpa, universalmente fantasiados, podem levar o sobrevivente a estados melancólicos e suicídio, numa espécie de punição, uma vez que eles se sentem culpados pela morte do parente.

Referências Bibliográficas

Boletim de Iniciação Científica em Psicologia. Suicídio: Diversos olhares da Psicologia, 2004.
DURKHEIM, Emile. O Suicídio: Estudo Sociológico. 2. ed. Lisboa: Editora Presença, 1977.
DURKHEIM, E. (1982). O suicídio; estudo sociológico (N. C. Caixeiro, Trad.). Rio de Janeiro: Zahar. (Publicado originalmente em 1897.)
FERREIRA, Renato Coimbra; O Suicídio; Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, 2008.
FRANCISCATTI, K. V. S. À felicidade na liberdade ou à felicidade na ausência de liberdade. Psicologia & Sociedade. 2002.
FREUD, S. O Ego e o Id. J. Salomão, Trad. Rio de Janeiro: Imago. 1923.
LOPES-CARDOSO, Álvaro (1986), O Direito de Morrer. Suicídio e Eutanásia. Mem Martins: Publicações Europa – América.

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